Tupã é um Deus trovão, abismo, me ajude!
No supermercado, quem agora Deus sou eu?
Pro ego Deus não pode duvidar
E a geladeira, vazia com um pote de ketchup
Um de mostarda, quem agora Deus sou eu?
Melhor pro Kant que não pode duvidar
O de ketchup tava no fim, a mostarda ta na metade
Nessa casa não tem nada pra jantar
Caixa postal, a carta simples chegou registrada
Com uma saudade que entra sem bater, não tenho saco se ninguém me visitar
E os Sumérios, que gente louca com seu jeito de contar
Entre o rio Tigre e o Eufrates, que tanta gente fome não pode ratiar
Escolher aquilo que vai comer
A fome de quem não sabe se vai ter que comer
Do primeiro ao último suspiro
E se sabe o que come
Quem vai saber?
O de ketchup tava no fim
A mostarda tá na metade
Nessa casa não tem nada pra jantar